Quando a Amazon anunciou que o Prime Day seria em outubro, muita gente ficou preocupada com a proximidade com a Black Friday e o impacto nas vendas de fim de ano. Será que o evento encorajaria os consumidores a comprarem com tamanha antecedência os presentes mais disputados da temporada de festas e debelaria o furacão Black Friday? Será que outros varejistas competindo com promoções ao mesmo tempo (como a Target e o Walmart, nos EUA) roubariam uma fatia de mercado da Amazon? Como o atual estado dos negócios impactaria a confiança e o bolso das pessoas?
Em nossa pesquisa realizada com consumidores, três quartos dos membros Prime nos EUA disseram que provavelmente comprariam alguns dos presentes de fim de ano no Amazon Prime Day, gastando antecipadamente parte do dinheiro reservado à Black Friday. Muitos consumidores em outros países disseram o mesmo: 60% na Alemanha, 70% na França e 75% no Brasil.1
Mas, segundo o Citi, com base em dados da SimilarWeb, o tráfego do Prime Day da Amazon permanece inalterado ano após ano. E, conforme apontam várias notícias, a Amazon foi igualmente tímida quanto aos resultados deste ano. Trocar o grande evento de vendas do terceiro para o quarto trimestre pode ter impactado os resultados. A falta de promoções bombásticas e da concorrência dos grandes varejistas, além de um mundo repleto de outras preocupações, em um ano fora do normal, poderiam também responder pela performance apagada. Explicações à parte, isso significa que a oportunidade de vendas para a Black Friday e a Cyber Monday permanece forte.
Os resultados da Amazon mostram que há um mundo promissor lá fora. Mas, como o Amazon Prime Day impactou quem navega fora dos muros dessa gigante? Para descobrir, analisamos os dados de vendas e tráfego de nossos varejistas durante o Prime Day, em comparação com a média de 1º a 28 de setembro. Veja o que descobrimos:
Amazon Prime Day 2020: Um efeito halo antecipado, embora menor
O “efeito halo” é o aumento no tráfego e nas vendas que os varejistas fora da Amazon desfrutam como resultado do evento. Em alguns casos, são varejistas que fizeram suas próprias promoções ao mesmo tempo (a quem chamaremos “varejistas participantes”, que obtiveram um aumento de 20% ou mais nas vendas em 13 de outubro, em comparação com a média no mesmo dia da semana durante as quatro semanas anteriores), mas não em todos os casos (a quem chamaremos “todos os varejistas”).
Neste ano, nos EUA, observamos que o efeito halo nas vendas começou 48 horas antes do 13 de outubro (terça-feira) e durou até quinta-feira, ou seja, um dia depois do final do evento. No gráfico abaixo, veja que as vendas já estavam atingindo quase o pico, em +13%, em 12 de outubro. Em 2019, o efeito halo não começou antes do Prime Day, realizado de 15 a 16 de julho.
Os dados deste ano também mostraram um efeito halo menor para todos os varejistas nos EUA em relação a julho de 2019. O Prime Day 2019 viu um aumento de 24% nas vendas em comparação com o mês anterior (junho), enquanto o Prime Day 2020 registrou um aumento de 14% em relação ao mês anterior (setembro).
Um aumento menor nas vendas do que no Prime Day 2019
Nossos dados mostram que as vendas aumentaram em 43% para os varejistas participantes. Isso é muito menor do que o aumento de 71% que os varejistas participantes viram no Prime Day 2019.
Como o período em tela inclui as primeiras quatro semanas de setembro de 2020, é possível que o consumo no retorno às aulas nos EUA, em setembro, ou em outros grandes eventos do comércio, como o Way Day da Wayfair (23-24 de setembro, com remarcações imbatíveis de produtos para o lar), tenha impulsionado as vendas do mês e, por isso, um “movimento” menor percebido em outubro. De qualquer forma, isso nos mostra que o Prime Day em outubro não impactou negativamente o potencial de vendas para a Black Friday, nem para o restante do quarto trimestre.
Produtos disputados no Prime Day 2020
Usando nosso Localizador de Produtos para as Festas de Fim de Ano, que inclui dados de 20 países, 600 categorias e mais de 15.000 varejistas, identificamos vários produtos concorridíssimos nos EUA durante o Prime Day, em comparação com a média em setembro:
- Roupas e Acessórios: Os consumidores foram atrás de roupas de inverno, com destaque para os seguintes produtos: long johns (+100%) e luvas (+80%).
- Eletrônicos: As pessoas também investiram no entretenimento caseiro, sobressaindo-se TVs e toca-discos: até 96% e 56%, respectivamente.
- Saúde e Beleza: No Prime Day, saúde e cuidados pessoais registraram altas esperadas: as vendas de produtos para corpo e banho dobraram e a demanda de termômetros médicos aumentou em 73%.
- Artigos Esportivos: Houve uma corrida pelos patins inline durante toda a pandemia, cuja demanda continuou no Prime Day, com um crescimento de 60%.
- Brinquedos e Jogos: Como relatamos no primeiro semestre, jogos analógicos, como os quebra-cabeças, voltaram com tudo em 2020, e a procura por jogos de bingo disparou desde o final de setembro, com um aumento de 100% nas vendas no Prime Day. Jogos de panelinha infantil (cozinhas e comidinhas de brinquedo) também fizeram bonito, com um aumento de 74% em 13 de outubro.
Efeitos halo fora dos EUA (Amazon Prime Day e outros grandes eventos do comércio)
O Prime Day aconteceu em 19 países neste ano, mas não observamos nenhuma alta significativa nos principais mercados da Europa, Oriente Médio e África (EMEA), da América Latina (LATAM) nem da Ásia-Pacífico (APAC). Dois destaques:
O Leste Europeu vivenciou o mesmo efeito halo que os EUA, ou seja, 48 horas antes, e viu uma alta de 31% nas vendas durante o Prime Day 2020.
Com um aumento moderado de 11% nas vendas, o evento na Austrália não superou as promoções do Labour Day (Dia do Trabalho no país), em 5 de outubro.
O que tudo isso representa para a Black Friday e o restante da temporada?
Lições valiosas do Prime Day 2020
A performance aguada do Amazon Prime Day abre espaço potencial para a Black Friday.
Historicamente, os picos de vendas no Amazon Day nunca desbancaram, nem de perto, a Black Friday. E a performance tímida deste ano deixa a janela aberta para a Black Friday e além. Portanto, este é o momento de dar aquele gás às campanhas publicitárias para influenciar a consideração dos consumidores desde já, alavancando as vendas para a Black Friday e o restante da temporada.
Pegar carona nos grandes eventos do comércio continua sendo uma estratégia vencedora.
Embora os resultados obtidos tenham sido menores neste ano, em relação a 2019, a moral da história ainda é a mesma: os varejistas que anunciaram promoções durante o Prime Day viram um aumento expressivo nas vendas. Isso também vale para outros grandes eventos do comércio mundo afora, como o Singles’ Day (Dia do Solteiro), na China, e o Click Frenzy, na Austrália.
As promoções serão importantíssimas neste fim de ano.
Nunca os consumidores procuraram tantas promoções e frete grátis como agora. Mantenha-se atualizado sobre os produtos mais desejados com nosso “Localizador de Produtos para as Festas de Fim de Ano” para acertar em cheio nas suas promoções e alavancar as vendas.
Para aproveitar todo o potencial da Black Friday e da Cyber Monday, baixe nosso guia:
1Pesquisa sobre as festas de fim de ano, Global, agosto de 2020