Tendências de brinquedos em tempos de coronavírus: produtos que são sucesso sempre

Muitas famílias estão redescobrindo brinquedos clássicos, como jogos de tabuleiro, livros de colorir e massinhas de modelar, e até o pula-pula no quintal, para ...
Atualizado em Novembro 13, 2024

A pandemia do coronavírus vem causando mudanças significativas no comportamento do consumidor, sobretudo em função das medidas de distanciamento social, que recomendam que as pessoas fiquem em casa. Isso significa crianças em casa, quando deveriam estar na escola.

A nova onda de ensino remoto e 24 horas de confinamento, com restaurantes, praças e parques interditados, ou com circulação limitada, tem ameaçado a sanidade mental e causado tédio.

Em meados de março, no início da economia de distanciamento social, as vendas de games online cresceram 75% nos EUA. O streaming também permanece em alta.

Para contrabalançar o tempo na telinha, muitas famílias estão redescobrindo brinquedos clássicos, como jogos de tabuleiro, livros de colorir e massinhas de modelar, e até o pula-pula no quintal, para diversão e interatividade longe da tela.

Diversão offline para toda a família

Crianças e adultos de todas as idades estão tentando aproveitar da melhor forma possível o tempo extra em casa, e as fabricantes de brinquedo estão respondendo.

De acordo com a MediaRadar, o investimento em anúncios de brinquedos e jogos cresceu, em média, de menos de US$ 3 milhões por semana em fevereiro para US$ 7 milhões por semana em março. Gigantes do setor, como Mattel, Hasbro e LEGO, investiram, ao todo, US$ 5,8 em anúncios em fevereiro, e quase US$ 19 milhões em março, o que representa, aproximadamente, um aumento de 230% mês a mês.

Os insights da Criteo, com base em dados de 2 bilhões de consumidores ativos por mês e mais de 15.000 varejistas, mostram que os consumidores, em todo o mundo, estão redescobrindo (ou achando tempo pela primeira vez) brinquedos e jogos analógicos em meio à economia de distanciamento social. Veja alguns destaques da nossa análise mais recente:

Quebra-cabeças

Na segunda quinzena de março, a fabricante americana de quebra-cabeças Ravensburger viu um salto de 370% nas vendas em relação ao ano anterior, e as vendas em 25 de março foram dez vezes maiores que no mesmo dia de 2019.

A marca, que fala sobre o efeito calmante de “trazer ordem ao caos”, nunca viu nada igual em seus 136 anos de história, contou o CEO Filip Francke à CNBC. Em 2019, a empresa vendeu 21 milhões de quebra-cabeças globalmente, em média sete quebra-cabeças por minuto na América do Norte. O crescimento na demanda, induzido pelo surto do coronavírus, significa que, em 2020, a Ravensburger tem vendido 20 quebra-cabeças por minuto na América do Norte.

De acordo com dados da Criteo, a venda de quebra-cabeças começou a subir em meados de março, atingindo picos históricos.

Em um período de 30 dias, de 27 de março a 26 de abril, as vendas aumentaram nos Países Baixos (+138%), na Rússia (+140%), na França (+171%), no Japão (+269%), no Reino Unido (+321%), na Itália (+379%), nos EUA (+509%), na Alemanha (+539%), na Austrália (+563%), na Espanha (+677%) e no Brasil (+1011%).

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Brinquedos de montar e encaixar

No final de abril, as vendas de Legos cresceram 64% em relação ao ano anterior no eBay da Austrália, com pico de 92% em um domingo à noite. A Basic Fun, uma fabricante de brinquedos tradicionais, como Lite-Brite, Lincoln Logs e K’nex (que exigem que os usuários usem a criatividade e as próprias mãos para dar asas à imaginação), também observou um crescimento significativo nas vendas. O CEO Jay Foreman contou ao New York Post que a empresa teve este ano seu primeiro melhor trimestre de todos os tempos.

Analisando os dados da Criteo, vemos que, no período de 30 dias, de 27 de março a 26 de abril, as vendas da categoria de Blocos de Montar, que incluem produtos como blocos de montar e encaixar, blocos de espuma e blocos de madeira, subiram no México (+58%), na Itália (+60%), na França (+79%), na Alemanha (+96%), no Brasil (+119%), no Japão (+130%), na Austrália (+131%), nos EUA (+140%) e no Reino Unido (+143%).

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Camas elásticas, balanços e kits parquinho

Brinquedos que permitem às crianças gastar energia estão com tudo: os japoneses estão interessados em mini camas elásticas, enquanto os americanos estão transformando seus quintais em verdadeiros parques de diversão, com brinquedos infláveis, balanços, gangorras e escorregadores. O CEO da MGA Entertainment, que fabrica casinhas de brincar, tabelas de basquete infantil e camas elásticas, disse, recentemente, que as vendas subiram 100% em março, em comparação com 2019.

Os dados da Criteo mostram que, desde o final de março até o final de abril, as vendas de camas elásticas cresceram na Austrália (+66%), no Brasil (+179%), na Alemanha (+196%), no Reino Unido (+342%), na Rússia (+392%), nos EUA (+485%), na França (+592%) e nos Países Baixos (+893%).

As vendas de balanços e kits parquinho dispararam nos EUA (+694%), na Alemanha (+824%) e na França (+1387%), em comparação com janeiro.

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Brinquedos musicais, de pintura e desenho

Sem aulas formais e presenciais de educação artística, as crianças estão exercitando a imaginação por meio de desenhos, pinturas, kit de colorir, escultura e modelagem. Aulas de música presenciais também foram canceladas (sem mencionar os shows ao vivo). Enquanto isso, a demanda de streamings para crianças dobrou nas últimas semanas.

A procura de Brinquedos de Arte e Desenho, que incluem massinhas de modelar e tablets infantis, cresceu na Rússia (+35%), no Reino Unido (+141%), na Alemanha (+159%), na França (+261%), nos EUA (+653%) e no Brasil (+674%), em comparação com janeiro.

A demanda de Brinquedos Musicais também aumentou nos Países Baixos (+40) e no Brasil (+166%).

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Distanciamento Social 2.0

Com a recuperação da pandemia de coronavírus e a reabertura dos negócios à vista, em alguns países, muitos profissionais de marketing podem estar se perguntando: Quais serão as tendências de consumo quando tudo isso terminar?

A verdade é que ninguém sabe. No entanto, sabemos que, assim que a economia retomar, muitas pessoas ainda vão preferir manter-se distantes umas das outras. Essa mentalidade, à qual chamamos “Distanciamento Social 2.0”, acontecerá em restaurantes, bares, lojas, cinemas, espaços de eventos, ou seja, em locais públicos, que ainda permanecerão parcialmente vazios e que serão o combustível da próxima onda do comportamento do consumidor.

O que os profissionais de marketing podem fazer

Se você está promovendo brinquedos e jogos, ou outra categoria de varejo, tente adaptar-se às necessidades dos clientes desde já:

1. Impacte clientes offline via web.

Se você tem um ponto físico que está fechado, use dados de clientes e de vendas da loja para mostrar anúncios online aos consumidores da sua loja. É importante permanecer conectado com seus clientes durante e após esta época desafiante.

2. Identifique audiências relevantes.

Mostre seus produtos às audiências certas com base no crescimento da categoria e monitore as tendências semana por semana. O Painel de Impacto do Coronavírus é uma excelente fonte para você saber o que está acontecendo no mercado.

3. Expanda os segmentos com os quais você conversa.

A Criteo oferece diferentes opções que podem ser usadas para criar e impactar sua audiência ideal com base nos hábitos de navegação e compra, como “crianças em casa”, “exercícios em casa” ou “trabalho remoto”.