De coturnos a minissaias, jeans com diferentes tipos de lavagem e tênis com solados altíssimos, a moda muda a toda hora. A cada geração, novas tendências. Como pesquisamos muito a geração Z para saber como impactá-la, notamos importantes diferenças. O atual debate sobre “millennials vs. geração Z” não estaria completo sem um olhar atento ao que acontece em relação à indústria da moda.
Os millennials (22 a 37 anos, aproximadamente) e a geração Z (de 11 a 21 anos) diferem em muitos aspectos, inclusive na forma de se vestir. Tendo crescido em meio a diferentes cenários econômicos e sociais, essas duas gerações pensam a moda de jeitos diferentes.
Confira aqui as três principais diferenças entre o estilo millennial e o estilo geração Z.
1. A geração Z quer se sentir à vontade.
Os millennials gostam de roupas que ajudam a sofisticar o visual, tanto no trabalho quanto à noite. Camisas clássicas e saltos discretos refletem sua personalidade. A geração Z valoriza conforto e funcionalidade. Para milhões de adolescentes hoje, tecidos fluidos são tendência. Vestidos justíssimos, nem pensar.
A geração Z prefere ser espontânea, em vez de cultivar um visual “capa de revista”. O estilo tende a ser casual. Os membros dessa geração são ecléticos e gostam de usar peças não combinadas e oversized. Querem praticidade e conforto, roupas que possam ser usadas a qualquer hora, de manhã, à tarde e à noite.
O visual esportivo, conhecido como “athleisure” (athletic + leisure), é o queridinho do momento, inspirado por marcas clássicas de streetwear, como Supreme, Vans, Champion e Adidas, que investem em roupas que servem para atividades físicas e para uso geral. Peças que servem para todas as ocasiões. Essa é a cara da geração Z. Mudar de roupa está fora de moda.
2. A geração Z quer se sentir única.
Edições limitadas, colaborações inusitadas, itens exclusivos. Se, em termos sociopolíticos, essa geração valoriza a inclusão, no que se refere à moda, a geração Z quer exclusividade — quantidade limitada de itens disponíveis, durante o menor tempo possível.
Esses nativos digitais, que gostam de compartilhar todos os seus momentos nas redes sociais (Instagram, Snapchat e YouTube), não querem de jeito nenhum encontrar alguém (no mundo físico ou virtual) com a mesma produção que a sua. Para esses indivíduos, o que importa é ser diferente. Se parecer meio bizarro, melhor ainda! Isso mostra que você tem confiança o suficiente para ser único.
Diversidade, inclusão e autenticidade são três elementos que não podem faltar. Moletons, camisetas mais soltas e roupas confortáveis atraem a geração Z porque representam seu estilo despojado. E é exatamente isso que move essas pessoas: simplicidade e praticidade.
3. A geração Z quer representar a realidade.
Como essa geração defende tão fortemente sua própria individualidade, ela curte o movimento body positive e imagens que transmitem autoconfiança e autoaceitação. Não importa o tamanho, a raça e o gênero (incluindo a identificação não binária), esses indivíduos querem ver todos representados na coleção. Adepta do “gênero fluido” na moda, a geração Z ajuda a desconstruir as tradicionais noções de “estilo”.
A geração pós-millennials acredita que a perfeição não existe e espera que as marcas representem uma visão realista de como pessoas reais vestem roupas reais. Na hora de decidir o que comprar, essa geração não se inspira em modelos de revista. Os anunciantes devem prestar atenção a isso. Os Zs preferem seguir influenciadores acessíveis — ou a sua própria tribo.
Para a geração Z, marcas que abraçam a diversidade e apoiam ações de responsabilidade social, como a produção sustentável e cadeias de suprimentos transparentes, saem na frente. Dê só uma olhada em como cresce o número de startups com missão, visão e valores definidos.
Em termos de moda, o mantra da nova geração é: não importa quem você seja, seja alguém bom.
Assim como as gerações anteriores, a geração Z vê a moda (de maneira consciente ou não) como uma extensão de seus valores. Simplicidade tem a ver com transparência, itens exclusivos representam individualidade e moda sem gênero é fator de inclusão. Em suma, o armário da geração Z reflete sua visão de mundo: ultrarrealista e hiperconectada.
Os anunciantes que desejam investir no marketing durante períodos de pico da indústria da moda devem prestar especial atenção às mudanças de estação, quando a procura por novas peças, mais pesadas ou mais leves, aumenta. Nos EUA, o valor médio dos pedidos nessa categoria atinge seus maiores picos anuais em abril e maio (primavera do Hemisfério Norte), com aumentos de 24% e 22%, respectivamente, em relação a janeiro. Dos picos sazonais às preferências de cada geração, as marcas que querem se destacar devem observar todas essas tendências.