“Mal posso esperar que essa pandemia acabe para poder ficar em casa!”, disse o escritor J. P. Cuenca em sua conta no Twitter. Sua fina ironia aponta para a mudança de significado do que é estar em casa e estar no trabalho, devido ao tanto de trabalho e atividades diferentes que temos feito sem sair de casa durante o isolamento social causado pelo coronavírus.
Todo mundo que está em trabalho remoto ou simplesmente respeitando o isolamento social já deve ter participado de uma transmissão ao vivo ou uma reunião com outros participantes em alguma plataforma como o YouTube, o Skype ou o recém famoso Zoom. A programação é tão variada que, se formos acompanhar tudo o que nos interessa, a sensação é de que passamos a maior parte do tempo realmente fora e casa…estando em casa!
Muitos segmentos adotaram essas plataformas no intuito de se adaptarem à situação imposta pela pandemia do COVID-19 e, em muitos casos, os resultados foram surpreendentemente positivos. Tão positivos a ponto de considerarem a abordagem remota para alguns segmentos mesmo após o período de isolamento social, como é o caso das universidades americanas, por exemplo.
Em todo este fenômeno, está sendo testado um elemento de aproximação que figura no imaginário social desde muito tempo. Em sua distopia clássica “Farenheit 451”, de 1953, Ray Bradbury já descrevia a sala de estar da casa o onde viviam protagonista Guy Montag e sua esposa Mildred como equipadas com telas gigantes de onde se podia conversar com várias pessoas a mesmo tempo, como se elas estivessem juntas no mesmo lugar. A presciência de Bradbury talvez não tenha sido exata, mas certamente podemos comparar as lives, os webinars e as tantas palestras e cursos disponíveis online hoje com essas seções descritas no livro.
O que Bradbury não previu foi a possibilidade de utilizar estes canais como plataformas de divulgação, relacionamento e vendas. Em que pesem as dificuldades de conexão, a audiência dos webinars vem crescendo cada vez mais, sugerindo ser um bom momento para captar a atenção e o interesse dos consumidores. Segundo a pesquisa “Webinar Benchmarks Report” da consultoria ON24, o tempo médio de engajamento nos webinars é de 57 minutos. Nada mal, não é? Não à toa grandes empresas vêm patrocinando lives de artistas durante a pandemia como forma de promover suas marcas, produtos e serviços. No entanto, este recurso não está disponível apenas para grandes marcas.
Seu formato e acesso são extremamente baratos – muitas vezes até gratuitos – e permitem o contato direto e super conveniente com usuários e audiências engajadas, com potencial para criar e qualificar novos leads construindo relacionamento. A possibilidade de transmissão ao vivo proporciona um canal ímpar de venda instantânea – que pode estar ligado a uma central telefônica ou apenas pelo chat da própria plataforma –, a oportunidade de se posicionar como expert da indústria e se beneficiar da credibilidade de convidados participantes dos programas.
Além do seu potencial alcançado ao vivo, as transmissões também podem ser gravadas gerando um acervo valioso que pode ser reusado e acessado on demand para embasar ações futuras como treinamentos, gerar conteúdos específicos para outras plataformas como blogs, landing pages e mídias sociais, além de, se disponibilizados no YouTube, poderem eles mesmos gerar receitas de publicidade.
Não importa o objetivo, os webinars funcionam em qualquer fase do funil de vendas, seja atraindo usuários para um primeiro contato ou guiando-os através de suas jornadas de compra. Se bem comunicados nas redes (e fora delas), acontecer nos horários em que sua audiência potencial está disponível e conte com conteúdo relevante, a ferramenta tem tudo para alavancar seus resultados de marketing gerando awareness, tráfego para suas plataformas e, claro, muitas vendas!